quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Rancor e indiferença

Eu deveria ter postado ontem, mas na verdade foi melhor postar hoje, porque o que quero falar envolve duas "fases": na primeira a coisa ruim acontece, na segunda tudo volta ao normal. Não deveria ser assim, ao meu ver.

Tomemos como exemplo algo que aconteceu ontem... não conseguiria exemplo melhor: final da aula com Priscila a chorar. Bem que eu poderia ter pensado em outro, por causa de vocês-sabem-o-quê, mas esse deve se encaixar bem. Poderia fazer um paralelo com um antigo texto que fiz, mas como esqueci onde está no outro blog e qual seu título, vou deixar assim mesmo.

Anyway, é pouco e o exemplo é ruim. Não entendo o seguinte: como as pessoas conseguem ser tão amigáveis pouco depois de uma ter feito mal a outra. Quando eu digo 'uma ter feito mal a outra', não me refiro a um simples xingamento ou briga, mas sim a vários desses e que provavelmente resultaram em lágrimas ou raiva, mas uma vez que aconteceram em ocasiões diferentes, foram ignorados completamente.

É como se todo mundo tivesse sua 'ficha limpa' depois da aula terminar. Eu vou lá, dou uns tabefes na cara do meu amigo e no dia seguinte a gente faz um teste de matemática em dupla. Alguns diriam que "ah, mas amigos são assim mesmo, brigam de vez em quando mas se amam", mas não é assim.Sinceramente, o cara que só faz merda com você e nem liga para o que você pensa é realmente um amigo? Alguém que não te dá atenção, não pára quando você pede é um amigo?

O inverso também vale. Nem todos - por puro acaso, quem sabe - tem sua ficha limpa após um longo dia de aula, pelo contrário, parece até que esta é suja sem motivo. Alguém que sabe quando parar as brincadeiras, sabe o que pode te magoar, sabe os limites, é, na minha opinião, um amigo. Falar assim parece que me refiro apenas a meninas, mas também vale para os manolos, de maneira menos sentimental.

Talvez por ter essa mentalidade, considerada por muitos egoísta e errada, eu não seja o cara mais social do mundo, mas o fato é que certas pessoas simplesmente não sabem 'controlar' o que sentem umas pelas outras. Perdoar alguém nunca é errado, mas não saber o que sente vai prejudicar alguém que nunca te fez mal. Sempre tem alguém que quer te fazer feliz, alguém que se preocupe contigo e que quer te ajudar. Eu deveria ter dito isso ontem, mas aquela coisa me impediu, como sempre.

Ressalto aqui que apesar de escrever desse jeito meio 'egoísta', não guardo rancor por ninguém. Na verdade, tento o máximo possível evitar isso, porque sei que me trará problemas no futuro. No entanto, não aceito tão espontaneamente a amizade de alguém logo após uma briga. Não sou melhor do que ninguém, mas se você brigou comigo foi porque fez algo que não gostei, e se quer que eu volte a falar com você, faça algo decente.

Isso de guardar rancor leva a um outro caso, fora do exemplo já citado. Não pedir desculpas pode deixar a situação complicada, já que uma desculpa, por mínima que seja, pode reverter a situação por completo. A pessoa a quem você magou pode simplesmente, aos poucos, deixar de falar com você sem nem notar caso você não se desculpe. Deixará de ser um amigo, e passará a ser um colega*. Ao perguntar o que você fez de errado com a pessoa, ela te responderá 'nada'. Não mentirá, mas também não falará a verdade. Essa pessoa passará a te ignorar sem motivo, o que é diferente de ser 'indiferente'. Ser indiferente ainda é ser amigo, apenas não muito próximo. Pode-se dizer que duas pessoas são 'indiferentes' quando não têm motivo para se odiar, mas são 'colegas' quando não têm motivo para se gostarem.
*Colega, nesse caso, vai na falta de uma palavra mais adequada, se eu pensar em uma mais tarde editarei.

Poderia continuar infinitamente, mas é melhor parar por aqui. Eu pensei em postar ontem, mas comecei a conversar com a Nath e perdi a hora <3

Cya.

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