domingo, 2 de outubro de 2011

Tear down this lying wall

Direto ao ponto: cheguei a um ponto da minha vida em que eu simplesmente cansei. Há meses tenho tentado me disvincular do que antes considerava necessidades, e pelo visto ultrapassei os limites. Esse afastamento não me causa problemas, ao menos não por enquanto, e esse é justamente o meu receio. Eu abandono tudo e não sinto falta? Que merda de humano sou eu?

Família, amigos, notas, videogame e amor eram basicamente os cinco eixos por onde minha vida caminhava. Se um estava mal, outro geralmente estava bom. O último tinha o diferencial de ser capaz de me manter "vivo" independente dos outros, enquanto os quatro primeiros praticamente não entravam em colapso. Desde o começo do ano, porém, vejo que não funciona mais desse jeito. Não é que todos os cinco estejam deficientes: eles simplesmente desapareceram.

Família. A paciência com meu pai estourou. Não suporto mais ouvir todas as reclamações dele e deixei de jantar na mesa. Exceto se realmente tiver algo para falar, não abro mais a boca quando vou para a universidade. Por muito tempo ele estragou os meus dias com as reclamações sem sentido que eu precisava escutar toda noite. Já chega, e não vou voltar atrás. Minha mãe está a um passo de seguir pelo mesmo caminho. Não saber falar baixo, não me ouvir e me acordar sem eu pedir não são atitudes que por si só me aborreçam. Se eu tenho que conviver com ela todos os dias e ela não faz nada para tentar melhorar, me desculpe mas não há como manter contato assim. Só me aborrece, e, para evitar desafetos, prefiro ficar distante.

Amigos. Após o desastroso mês de abril, o pulo do gato foi tão grande em minha mente que até hoje não consigo aceitar completamente. Amanda e Victor foram negligenciados a partir daquele momento. A amizade continua, sim, embora não tão sólida quanto antes. Sem entrar no MSN, fica complicado conversar com eles (e de quebra com aquele pessoal esquisito que adora puxar papo comigo também). Na UFRN, por outro lado, tenho criado alguns laços importantes. Até que ponto são importantes? Eu ainda não sei. Não me sinto completamente seguro em admitir que eles lá sejam meus melhores amigos, então por enquanto eles são colegas, e nada mais.

Notas. Um cenário dominou completamente esse eixo: para que me esforçar se sempre consigo o que quero? Sendo mais preciso: para que se preocupar com notas baixas se sempre arranjam um jeito de me passar? Sexta-feira foi o ápice. Saí da prova indignado por ter errado duas questões extremamente fáceis por bobeira, mas logo vi que não precisava me preocupar. A parede da indiferença foi erguida também nesse terceiro eixo, e no mesmo instante percebi que não preciso - e nem sequer devo - pesar minha cabeça com algo fútil como notas. O próprio vestibular por si só já me impulsionou a seguir esse caminho, vale lembrar.

Videogame. Palhaçada colocar isso no meio de outras palavras tão importantes, não é mesmo? Serei breve, então. Se entender por "lazer", não há mais nada que me deixe mergulhado em atenção e me distraia o suficiente dos problemas do cotidiano. O paradoxo é que não existem mais problemas do cotiano. Antes, videogame era uma distração. Agora, nem passatempo é mais. Sem a devida atenção ao jogo, o interesse e o esforço se esvaem, e junto se vai a vontade de jogar. Se ao menos eu precisasse de fato de uma distração, talvez pudesse aproveitar mais e sair um pouco desse monótono mundo que é o mundo real... ou de monótono eu teria apenas minha vida? Não faz muita diferença. Anseio pelo dia em que encontrei algo - e com uma pontinha de esperança, ainda arrisco-me a dizer "alguém" - que me fará mudar.

Amor. Não amo mais.depois desenvolvo mais se o feedback pedir

Bye.

4 comentários:

  1. Cara, eu já me senti excluído por você há anos. Não estamos mais em 2006 e a gente simplesmente não se bate, ok, eu entendo isso, o fim da nossa amizade foi inevitável. Somos diferentes demais.

    Mas alguma coisa(arriscaria dizer minha personalidade sensível com as pessoas) me impede de não me preocupar com você. Eu odeio falar a verdade como se fosse única e não subjetiva mas foda-se, vou tacar o que eu penso aqui.

    Você sabe o que te aflige e como estão interligados: não sabe o que quer direito, baixa auto-estima, falta de coragem/atitude para conseguir aquilo que sabe o que quer. Vê que age de forma errada com a família e com quem considera amigos. Há um desejo de mudança oculto mas você simplesmente não tenta nada. Não arrisca nada.

    Eu poderia escrever uma muralha de texto sobre as diversas razões sociais disso e como isso se tornou um mal para boa parte da sociedade. Mas vou ao que interessa: Você se acha feliz assim? Você está satisfeito com a mediocridade, com a zona de conforto, sem dor, sem vitória? Com sonhos pequenos, com tratar mal pessoas que deveriam importar para você? Acha que vai ser feliz assim?

    Diga o que quiser, mas se ao olhar no espelho você perceber que se sente infeliz. Está na hora de mudar. Faça as mesmas coisas, obtenha os mesmos resultados. Você precisa alcançar a força de vontade para aplicar todo seu potencial até obter a excelência nas coisas que faz. E você tem potencial fdp, não venha dizer que não.

    Levante a porra da bunda da cadeira, pegue um caderno anote uma lista de objetivos e comece a pesquisar no google como conseguir fazê-los. E faça-os. Vire mais impulsivo: comece a fazer as coisas no instante. Incorpore isso em tudo na sua vida. No começo, impulsividade em excesso pode ser bom para quem não arrisca nada.
    Comece a se acostumar com a dor. No pain, no gain é em grande parte verdade.

    Porque se você não encontrar nada o que quer fazer, eu não posso te ajudar. Talvez um profissional nessa área. Eu não posso criar força de vontade em sua mente, nem posso te guiar em cada um dos passos que você decidir dar.

    Mas eu posso tentar te chutar a bunda para que você comece a fazer alguma coisa da sua vida e se divirta um pouco.

    Não me entenda mal esse post foi para o seu bem.
    Obs 1: faça um exercício físico tbm, ajuda para caramba

    Obs 2: Se eu estiver completamente errado nesse post me avise e nunca mais vou encher seu saco(ou não).

    A impressão que eu tenho na net é isso, que vc precisa ser feliz. Então comece agora.
    AGORA

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  2. Vamos com calma, Marcelo.

    Primeiro, eu não acho que ser diferente seja motivo para se terminar uma amizade. Não posso afirmar isso sem oferecer uma explicação para o que aconteceu, e só posso repetir o que venho dizendo há muito tempo: já faz meses que eu desisti de entrar no Msn e que, de certo modo, queria deixar essa minha vida da web de lado. Contatos - independente de quem fosse - iriam junto, porque não faria sentido algum eu me distanciar se ainda mantivesse contatos. O que quero dizer é que não leve a nossa falta de comunicação como algo pessoal, basta perguntar a qualquer um e/ou ver pelas minhas redes sociais que você vai notar que eu não estou aparecendo MESMO.

    Segundo, embora você esteja certo em duas das coisas que falou sobre mim, em uma delas está errado. Eu sei sim o que quero na vida, e é justamente o saber que não me deixa cair nessa mediocridade que você tanto fala (ao menos em minha visão; se você vê diferente, eu entendo). Me acho feliz sim, apesar dos problemas. Aqui aproveitado para ressaltar algo que achei que já estava mais do que explícito desde que criei o blog: eu exagero quando escrevo. Exagero porque não sei me expressar, porque é isso que quero expor, porque quero a atenção dos meus amigos, porque não escrevo sempre nas melhores horas. E, como meio de deixar o blog mais "interessante", eu passei a usar algumas metáforas em meus textos, para tirar o ar monótono de diário que seria se eu simplesmente jogasse meus pensamentos aqui.

    Mas aí é que está o problema. Parece que eu sou mal interpretado justamente por esse meu jeito de se expressar. Alguém aqui acredita mesmo que, por exemplo do último post, eu vou parar de amar? Que vou apertar um botão e desligar o amor? Eu mesmo pergunto se isso é humanamente possível; se sim, acredito que seja extremamente difícil, e que eu jamais conseguiria. Não conseguiria até porque eu, no fundo, não quero isso. Não quero porque, como eu já disse, eu SEI o que quero na vida. Eu acreditava que qualquer pessoa com um pingo de noção da minha personalidade conseguisse deduzir isso, mas admito, não é isso que tenho visto há muitos anos aqui no blog. Continuei com o "estilo", por assim dizer, porque já estava preso a ele, e se tentasse desviar, perdia a vontade de postar. Basta checar qualquer página daqui para entender.

    Eu sempre escrevi para mostrar às pessoas que eu sou ->normal<-, como qualquer um de vocês. Embora o modo como eu escreva possa não reproduzir isso, esse é o meu objetivo. Estive escrevendo em outro lugar, para pessoas completamente diferentes daqui, de um jeito diferente, ressaltando bastante meus momentos felizes, apesar de ainda ter uma ou outra tristeza no meio. Quem não tem uma vida assim, afinal? Pode não parecer, mas esse último post daqui foi quase que uma exceção ao padrão que eu mantive, e vejo que não foi uma boa idéia voltar à lamúria.

    Não se preocupe quanto à ajuda, Shade. Eu sei o que posso fazer, sei que tenho potencial, sei onde estou errado. Você está certo, há um limite até onde os amigos podem incentivar os outros a mudarem. Eu agradeço e muito sua atenção, amizade, sentimento, tudo que você sempre colocou aqui, mas como você mesmo disse, sou eu quem decido os passos que dou. Sei que pode ser bem frustante você comentar essas coisas e eu ficar de bunda grudada, mas não se estresse com isso, está bem? Se eu faço o possível para não ficar incomodado, o que menos quero é que meus amigos fiquem assim.

    Parar por aqui porque ficou extenso demais e acho que já deu para pegar o ponto. Lamento a demora, e, mais do que isso, o desaparecimento. Mas vou continuar com tudo do jeito que está, porque, arrisco dizer, eu estou feliz assim.

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  3. Agradeço, Ana (: Não lembrava que esse tinha sido meu último post relevante do blog... quem sabe algum dia eu continue escrevendo, não tenho mais motivação para isso.

    Quem sabe =~

    Bye bye

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